Pintura com tintas acrílicas foscas, interior e exterior, aplicações de guardanapo, cola 3D e tintas de relevo. Efeito craquelado na tampa lateral. Verniz mate no acabamento. Dimensões: 21,5x19,5x9cm
Tabuleiros madeiras.
Aplicação tintas foscas, decoupage e miniaturas madeira. Efeito relevo. Envelhecidos. Acabamento verniz mate. Várias dimensões
Baú, interior tratado com bondex escuro. Aplicação exterior de tintas acrílicas foscas, efeito craquelado na barra lateral e envelehcido. Aplicação de guardanapo e cola 3D (efeito relevo nas flores). Acabamento com verniz mate
Telha velha
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O que existe para além de cada curva do caminho?
Ela caminhava pela estrada, nem triste nem alegre, apenas diferente. Era uma boneca de corda. Sorriso nem sempre fácil, mas sincero. Olhar profundo e nostálgico.
No reino da fantasia, as bonecas andavam e falavam, pensavam e sentiam. Esta sonhava e seguia uma estrada deserta; vereda trilhada por entre campos verdejantes. Mar verde ondulante em cada brisa de tarde que caía...
Durante muito tempo a boneca andou. Afastou-se da cidade das bonecas que fica no reino da fantasia. E quanto mais se afastava mais tecia a teia de sonhos que buscava em cada curva desvendada.
Alguém lhe tinha prometido um tesouro. Confiante, buscava-o. Um tesouro fascinante... aliciante...
Ébria, precocemente, do turbilhão antecipado ao desvendá-lo... Endoideceria ao descobri-lo. Doce loucura esta de ser uma boneca diferente em busca de um tesouro prometido.
Sentia a seu lado a presença de alguém. Há algum tempo que o som dos seus passos o denunciava. Presença insignificante quando se fita o futuro, presente em cada passo mais além...
E seguia... Parecia ter percorrido uma imensidão. Parou para descansar. O som dos passos que a acompanhavam prosseguia...primeiro nítidos, ali perto...quase palpáveis. Depois, cada vez mais, indistintos à medida que avançava.
Súbito, com a sua vozita timbrada de boneca, gritou aos passos que se perdiam:
- Como te chamas?
Pode ser que saiba onde encontrar o tesouro que procuro - pensou. Até pode ser que o encontre antes de mim...
O eco devolveu-lhe a sua voz e logo outra, ampliada pela solidão do espaço:
- Sou o tempo...tempo...tempo...
Ergueu-se.
O tempo passou aqui. O tempo passou por mim e eu deixei que o tempo passasse.
Era esse o tesouro que procurava, compreendeu.
E quis agarrar o tempo.
Boneca de corda, no reino da fantasia...
E o tempo esperará por ela?
E nas trevas das cinzas espalhadas, uma luz se vislumbra. Negro, luz.
Sigo a luz e os olhos abrem-se. E guiam-se. E com a luz sigo em frente.
Afugentam-se as trevas em abraços luminosos na luz desejada.
Oh, braços e abraços de luz! Oh negro rompido nos desejos da nascente do ser.
Ânsias...ânsia de luz.
Hoje, pintei esta tela.
Paula
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